sábado, 1 de março de 2008

Diário vazio 15.01

Da janela defenestro impulsos e expectativas estáticas entre os movimentos conturbados dos pedintes de atenção. Leprosos caminham pela lapa em uma sexta sem adjetivos, ao menos sórdida, como referência, prescrição alopata de pequenas olheiras das zero horas. Conforme o tempo passa...vejo que a janela desmoldura as peles, dos escondidos traços de rostidade. Maquiagem. Atores ocupam o vazio desequilíbrio do palco.
- O que é a está noite? – coçou a cabeça como se quisesse dizer mas não era nada apenas um movimento delicado para uma pergunta confusa. Ela balançou o cabelo preso, agora solto, sorriu inteligente sem saber nada.
- Você sabe que pergunta fez? Parou por instantes. Uma pequena pausa seguiu enquanto o silêncio dos passos firmes cruzavam o tempo. – acendeu um cigarro, o fogo aqueceu o tempo em que paramos.
Perdemos os signos, os verbos viram sujeitos, olhares significantes, gestos... linhas de fulga. Passamos algum tempo, dias ou anos talvez, ou foi apenas um piscar de olhares quando nos perdemos no tumulto das filas de corpos que caminhavam ao som de samba. Rodeados. Restava apenas restos de papeis nos bolsos da calça do início de outro carnaval. Os passos arrastam meu corpo ao vale de olhos de ritmo.
Volto para a janela defenestrar olhares de expectativas estáticas, novamente, movimentos conturbados pedem a cama. Leprosos tropeçam pelo por do sol.

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